Realities de confinamentos: vale a pena atrelar uma imagem à esse tipo de programa?

Por Fernando Cordeiro.

Big Brother. A Fazenda. Casa dos Artistas. Nomes diferentes, mesmo tema: confinar pessoas em uma casa vigiada por câmeras 24 horas por dia, 7 dias por semana, durante aproximadamente 3 meses. Cansativo, né? Principalmente para quem assiste a esse tipo de show. Um show pobre, totalmente manipulado. Mas que dão audiência. E atraem anunciantes.

No SBT, em 2000, o programa Casa dos Artistas estreou de surpresa. Foi anunciado, em formato de teaser, apenas no dia de estreia. A audiência aumentou assustadoramente o horário da emissora: 50 pontos. E isso no horário onde a Globo transmitia o seu programa de mais audiência naquela época, o Fantástico. Silvio Santos apresentou os "artistas" que seriam presos em uma casa e disse que o público poderia acompanhá-los 24 horas por dia por um site e nos programas diários no próprio SBT. Era uma novidade e o povo, claro, acompanhou.

E a manobra feita por Silvio Santos para ter o programa chegou à ter um processo por parte da Globo. Antes, o SBT negociava o formato com a Freemantle, dona do Big Brother. Depois, desistiu do negócio, e quem adquiriu os direitos foi a Globo. Mesmo assim, o SBT fez o programa e, ao invés de anônimos, colocou alguns, digamos, famosos na casa. O programa chegou a ser censurado por causa do processo, mas que depois o SBT conseguiu fazer com que o programa continuasse.

No ano seguinte, 2001, a Globo estreou o formato original do Big Brother aqui no Brasil. Apesar do formato já ser conhecido por causa de Casa dos Artistas, a emissora carioca conseguiu altos índices de audiência também. E isso aconteceu em todos os anos (com um pouco menos de Ibope), mas sempre se manteve na liderança. Em 2010, a Record também entrou de cabeça na onda de Reality Show e fez A Fazenda, confinando famosos em uma casa numa fazenda no interior de SP.

Bom, depois de todo esse histórico de programas de confinamentos, quero entrar no assunto principal do meu post: os anunciantes. É claro que um programa que causa curiosidade vai atingir ótimos números de audiência. E isso acontecendo, vai atrair ótimos anunciantes, dispostos a pagar centenas de milhões para ter sua marca divulgada. E ainda pagam mais caro para terem suas marcas sendo usadas pelos participantes (por exemplo, um creme dental, com um close na hora em que alguém vai escovar os dentes ou um refrigerante). Isso é válido, pois é uma forma muito natural para mostrar sua marca e assim vender mais.

Mas, na atual edição de Big Brother, uma coisa aconteceu. Um participante foi acusado de estupro por transar com uma participante enquanto ela estava inconsciente depois de ter ingerido bebida alcoólica além do normal. As cenas rodaram a internet e os comentários via Twitter e Facebook foram negativos. Tanto que a polícia teve que ir até a emissora para poder entrar na casa e interrogar as pessoas envolvidas. Com isso, o participante acusado foi expulso da atração, enquanto a moça continuou normalmente.

Será que com a imagem do programa nos noticiários policiais, com acusação de estupro, a imagem de alguma empresa que anuncia sua marca não se torna negativa? As pessoas que vêem esse tipo de coisa vão apoiar uma marca que apoia um programa onde a "sacanagem" é o principal? O que poderia ser algo positivo pode, sim, se tornar negativo, pelo fato de uma acusação forte de estupro ter acontecido de forma escancarada.

O blog PubliNanddo quer saber sua opinião. Responda a seguinte pergunta: se você fosse dono de uma empresa famosa, você anunciaria seu produto no Big Brother? Deixe sua resposta no comentário desse post.

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